Portal do Governo Brasileiro

PROGRAMAS AMBIENTAIS DO PORTO DE SANTOS
ECONOMIA, SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROGRAMAS::

Programa da dragagem faz monitoramento de quelônios

Objetivo é fornecer propostas para eventuais impactos negativos

Quantificar, mapear a freqüência, identificar o tipo de vegetação que serve de alimento, além de avaliar os impactos da Dragagem de Aprofundamento do Canal de Acesso ao Porto de Santos para fornecer propostas para minimizar eventuais impactos negativos. Estes são os principais objetivos do Programa de Monitoramento de Quelônios, desenvolvido pela Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (FUNDESPA).

A equipe do monitoramento de quelônios vem trabalhando desde o mês de janeiro de 2010, com saídas semanais a campo, para a observação da presença das tartarugas marinhas em 19 pontos do sistema estuarino de Santos. Na região, duas espécies são encontradas com certa frequência: Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e Tartaruga-Verde (Chelonia mydas).

As duas espécies, ainda bem jovens, procuram o estuário por ser mais protegido e ter alimento disponível, como bancos vegetais. Depois, retornam para o alto mar. O que mais chama a atenção dos biólogos da equipe é o fato de encontrar-se esse animal no estuário de Santos, que já passou por várias alterações (como ampliações do porto) e mantém grande movimentação de navios.

Para contribuir na proteção da espécie, a equipe do Programa de Monitoramento de Quelônios, vai continuar avaliando se a dragagem de aprofundamento do canal poderá ocasionar algum impacto. Após um período de aproximadamente um ano de pesquisa é que será possível saber se a obra afetará a presença de tartarugas na região.

Segundo o consultor da FUNDESPA, professor Denis Abessa, “quando ocorre a perturbação mecânica - como vem acontecendo com as dragas no momento da retirada dos sedimentos do canal para o aprofundamento -, os animais desaparecem. Depois, retornam se continuar tendo as algas.”

Além do acompanhamento da presença dos animais no sistema estuarino de Santos, consta, também, do Programa a preparação de palestra e material didático complementar para a capacitação das equipes de trabalho que atuam na dragagem, entre elas a tripulação das duas dragas chinesas Hang Jun e Xin Hai Hu.

Captura proibida

As tartarugas marinhas surgiram há pelo menos 200 milhões de anos e são encontradas em todos os oceanos. Das oito espécies existentes, as cinco que ocorrem na costa brasileira estão ameaçadas de extinção e por isso é proibida a captura. São elas: Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), Tartaruga-verde (Chelonia Mydas), Tartartuga-de-couro (Dermochelys coriacea), Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea).

Apesar da proteção legal, as tartarugas marinhas são vítimas da caça clandestina, da coleta de ovos para consumo humano, além da captura acidental por redes de pesca e de problemas adicionais como poluição, urbanização, destruição do habitat e tráfego marítimo.

Os animais encontrados no sistema estuarino de Santos possuem características diferentes. A Tartatuga-de-pente tem a carapaça formada por escamas marrons e amarelas e boca com formato de um bico de falcão, permitindo que se alimente de peixes, caramujos, esponjas e siris. Por ser considerada a mais bonita das tartarugas marinhas e seu casco ter sido usado para a fabricação de pentes, armações de óculos, entre outros artefatos, é uma das espécies mais ameaçadas. Pode medir até um metro de comprimento e pesar 150 quilos

Já a Tartaruga Verde possui um corpo achatado coberto por uma grande carapaça em forma de lágrima, nos tons de castanho esverdeado ou acinzentado. Ao contrário de outras espécies, se alimenta exclusivamente de algas. Pode atingir 1,20 m de comprimento e pesar em média 250 quilos.


Matéria elaborada em: 22/10/2010

Publicado por: DA REPORTAGEM