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PATRIMÔNIO::

Técnicos do IPHAN vistoriam peças retiradas pelas dragas do canal

A determinação é a preservação de um exemplar de cada artefato


Dois técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) estiveram na sede da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), no dia 7 de abril, para vistoriar o material retirado do canal de navegação pelas dragas Xin Hai Hu e Hang Jun 5001. Durante a inspeção, o arqueólogo Rossano Lopes Bastos e a arquiteta Marise Campos de Souza determinaram a preservação de um exemplar de cada peça. O restante deve receber destinação que a estatal considerar mais adequada.

Entre as peças que foram catalogadas pela empresa Documento, que cuida do monitoramento arqueológico da obra de dragagem de aprofundamento, estavam âncoras, trilhos, correntes, chapas de ferro amassadas, vigas, leme de pequena embarcação, hélice e madeira.

A diretora da empresa Documento, Erika Robrahn-González, que acompanhou a inspeção, informou que, além do material apresentado aos técnicos do IPHAN, foram retirados do canal outros objetos, como pneus e redes. A triagem é feita pelos arqueólogos que acompanham a dragagem nas embarcações.

Erika ressaltou ainda que o projeto subaquático, desenvolvido pela Documento para o empreendimento, já totalizou 35 horas de paralisação das atividades portuária para o trabalho dos mergulhadores na busca de material arqueológico no canal do Porto de Santos.

Rossano Lopes parabenizou a Documento pelo ineditismo da atividade. “Acho que é pioneiro no Brasil. Embora pareça que não, mas o trabalho vai fazer grande diferença no futuro”. Com relação ao local onde as peças selecionadas deverão ficar, o arqueólogo falou que “a equipe pode fazer a proposta e a gente discute o destino mais conveniente. O IPHAN vem também para ouvir as pessoas. A preservação do bem se dá pela comunidade. Ela é a melhor guardiã”.

O arqueólogo afirmou ainda que verificou que o trabalho está sendo muito bem conduzido. “O que fica de bom é que tem um projeto pioneiro acontecendo com ética, o que nós da tranqüilidade para o diálogo”.

Além dos técnicos do IPHAN e da Documento, a vistoria foi acompanhada por Aline Carvalho e Isabela Backx, respectivamente coordenadora e pesquisadora do Laboratório de Arqueologia Pública da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A instituição é a responsável pelo endosso do trabalho da Documento.

Ainda durante a vistoria, a diretora da empresa Erika Robrahn-González informou que a CODESP deverá organizar um workshop com a participação do IPHAN e a Capitania dos Portos de Santos para apresentação do projeto arqueológico da dragagem. A ideia, segundo ela, é avaliar essa atuação e verificar procedimentos que podem servir para outros casos.

Patrimônio Arqueológico

A empresa Documento é responsável pelo Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural das obras de Dragagem. No ambiente terrestre vem realizando, junto às comunidades envolvidas no empreendimento, a integração e levantamento do espaço físico e da história local nos aspectos culturais. No aquático faz o monitoramento com mergulhos e a utilização de sonar, equipamento utilizado no estudo e pesquisa dos oceanos. Além disso, mantém em cada uma das dragas – Xin Hai Hu e Hang Jun 5001 – um arqueólogo para o acompanhamento da dragagem.


Texto produzido em: 8/4/2011

Publicado por: DA REPORTAGEM