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Coleta de dados tem resultado positivo

Programa monitora qualidade ambiental da área de disposição oceânica

Acompanhar a evolução da qualidade ambiental da área de disposição oceânica e servir como sentinela para uma possível tomada de decisão são os objetivos do Programa de Monitoramento Ambiental da Área de Disposição Oceânica de Materiais Dragados na Região do Porto de Santos, que integra a obra de Dragagem de Aprofundamento do Canal de Acesso ao Porto de Santos.

O Programa possibilita que qualquer alteração na qualidade dos sedimentos e dos organismos presentes na área seja percebida. Funciona ainda como uma ferramenta gerencial, com base nas análises físico-químicas, granulométricas e ecotoxicológicas dos sedimentos, análises químicas nos tecidos dos organismos, avaliação da estrutura da comunidade bentônica e da avaliação das comunidades demersais-bentônicas.

Segundo a química Mariana Beraldo Masutti, consultora da Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (FUNDESPA), uma campanha prévia (antes do início da dragagem) foi realizada em janeiro de 2010 para as análises químicas dos sedimentos, seguida por outra para a análise química no tecido dos organismos, após o início da obra, em fevereiro. “O objetivo é compilar os dados obtidos em cada campanha”, explica. Segundo ela, as campanhas de amostragem de sedimentos para análises como granulometria, química e ecotoxicológicas são mensais. Já as análises químicas nos tecidos dos organismos, que ocorriam semestralmente, passaram a ser trimestrais. E as campanhas para a avaliação dos organismos bentônicos e demersais-bentônicos, também são trimestrais.

Mariana explica que o monitoramento serve para avaliar a qualidade química do sedimento e do ecossistema. “O monitoramento avalia a qualidade tanto do sedimento da área de descarte quanto o pescado, que é utilizado para consumo humano. Dentro desse processo, é feito um diagnóstico e um acompanhamento ao longo dos meses.” Todos os resultados e métodos de comparação de contaminantes são embasados na legislação brasileira em vigor. Nos casos não contemplados pela lei, são adotados os valores da US Environmental Protection Agency (USEPA), órgão ambiental americano.

As coletas dos sedimentos e dos organismos ocorrem na região do “bota-fora”, onde o material dragado é descartado, explica. “As dez quadriculas do polígono de disposição (que fica a 12 km da costa) são monitoradas mensalmente. Além delas, existe uma área a ser controlada próxima à Laje de Santos, dois pontos a Nordeste, um ponto a Sudoeste e áreas adjacentes.”

Cada tipo de amostragem é feita de uma forma. A retirada dos sedimentos, por exemplo, utiliza a draga Van Veen, um pegador de fundo e com auxílio de mergulhadores. As amostras de sedimento são acondicionadas em frascarias apropriadas, fornecidas pelo laboratório que faz a análise. Os frascos são armazenados em caixas térmicas com gelo e mantidos sob refrigeração entre 2º e 6ºC, desde o momento da coleta até o início das análises.

Já para as amostras de análise química no tecido dos organismos e para estudos dos organismos demersais-bentônicos são utilizadas redes de arrasto e, após a coleta, os organismos são abatidos por choque térmico. A consultora explicou que a escolha dos organismos para análise depende do que é encontrado na rede, podendo vir peixes ou camarões.

Em quase um ano de monitoramento, que serviu como subsídio para um melhor gerenciamento, o resultado foi positivo. Segundo Mariana, os mecanismos de gerenciamento mostraram que o sedimento da região não apresentou contaminação com nenhum parâmetro. “Os resultados das campanhas de 2010 não apresentaram nenhuma alteração que tivesse algum efeito negativo. Todos os parâmetros analisados estão dentro dos padrões exigidos na legislação do Brasil.”


Publicado por: DA REPORTAGEM