DRAGAGEM::
Obra de dragagem não prejudica manguezal da Baixada Santista
A conclusão está baseada no monitoramento realizado em 2009 e 2011
“Com base nos resultados obtidos no período analisado (anos de 2009 e 2011) pode-se afirmar que a obra de dragagem de aprofundamento do Porto de Santos não afetou os manguezais”. A conclusão é do consultor da Fundespa, Marcelo Machado Brizzotti, fundamentada nos estudos desenvolvidos pelo Programa de Monitoramento de Manguezais – subprograma de monitoramento dos remanescentes de manguezal – para o acompanhamento do empreendimento.Baseado nos mapas temáticos e quantificações apresentadas no estudo, Brizzotti afirma “que não houve alteração significativa da distribuição e extensão geográficas dos manguezais da Área de Influência Direta (AID) da obra, não sendo encontradas alterações referentes à hidrodinâmica local, advindas do empreendimento”. O trabalho, desenvolvido com técnicas e ferramentas específicas de geoprocessamento e cartografia digital, considera trechos de manguezais dos municípios de Santos, Cubatão, Guarujá e São Vicente, sendo que as áreas de controle estão localizadas junto do Rio Santana (Cubatão) e no canal de Bertioga (Santos).
A equipe que atua no monitoramento é formada por especialistas em geoprocessamento e tem o acompanhamento de profissionais com vasto conhecimento em levantamento e caracterização de cobertura vegetal composta pelas áreas de ecologia, biologia e geografia. As imagens utilizadas foram captadas pelos satélites QuickBird (em 2009) e WorldView-2 (em 2011) e adquiridas na empresa Engemap, uma das representantes oficiais da DigitalGlobe no Brasil.
Por conta da dragagem de aprofundamento, o monitoramento do manguezal terá continuidade por mais cinco anos. De acordo com a especificação do Termo de Referência do Gerenciamento da implantação do Plano Básico Ambiental (PBA) da obra, será adquirido um mosaico de imagens de satélite de alta resolução espacial da área de interesse a cada ano de estudo. “Um primeiro mosaico foi montado como base original para avaliação do manguezal no início das atividades de dragagem e outros mosaicos serão elaborados a cada ano de desenvolvimento do projeto de aprofundamento do canal, incluindo a fase pós-dragagem”, informa Brizzotti. Somente com esse acompanhamento será possível saber se o aprofundamento do canal de navegação causará alguma influência nas áreas de mangue.
Texto produzido em: 6/12/2011